A Airbus, fabricante europeia de aeronaves, revelou seus planos de testar voos movidos a hidrogênio em condições reais, reformulando o primeiro avião comercial, um A380. A empresa pretende contribuir para o objetivo mais amplo da indústria aeronáutica, atingir emissões líquidas de carbono zero até 2050, uma vez que as viagens aéreas de passageiros contribuem significativamente para a mudança climática, respondendo por cerca de três por cento das emissões de carbono em todo o mundo em 2021. Com as modificações da aeronave, o hidrogênio, em particular, poderia ser um caminho importante para o Net-Zero, pois poderia ser amplamente utilizado na indústria.
O projeto da aeronave
A colocação do motor adicional queimando hidrogênio, no topo do avião, logo na frente da cauda, é significativa. Ele permite que a Airbus faça uma amostra apenas das emissões do combustível de hidrogênio sem interferir nos quatro motores nas asas que queimarão o combustível de aviação tradicional. O motor de teste permitirá que a fabricante aprenda mais sobre as emissões da combustão de hidrogênio em condições reais de ar e como alimentar com mais eficiência um avião movido com este tipo de combustível.
No entanto, espera-se que a aeronave de teste chegue ao céu em 2026, quando grandes decisões de design terão que ser tomadas para atingir a meta de aeronaves com emissão zero em serviço até 2035. Embora a combustão de hidrogênio seja uma tecnologia possível para um avião, a Airbus ainda está considerando a tecnologia de células de combustível, ou um sistema híbrido com uma célula de combustível e um motor de combustão.
Desafios com hidrogênio
Um dos maiores desafios dos aviões movidos a hidrogênio é o armazenamento de combustível, já que o hidrogênio ocupa pelo menos cerca de quatro vezes mais espaço do que o combustível de aviação tradicional. O volume de hidrogênio necessário para abastecer um avião pode limitar severamente o espaço restante, reduzindo a capacidade de passageiros em um terço ou mais. As aeronaves precisarão ser redesenhadas para acomodar melhor o hidrogênio no interior, com um dos aviões-conceito que a Airbus revelou no ano passado, o design de corpo de asa mista, como exemplo de configuração que usaria melhor o espaço para armazenamento de combustível.
Em conclusão, a decisão da Airbus de testar voos movidos a hidrogênio com uma revisão do A380 é um passo significativo para alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050. Embora os desafios permaneçam, como armazenamento de combustível e seleção da tecnologia mais apropriada, a Airbus está empenhada em trabalhar para desenvolver uma aeronave de emissão zero até 2035.
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