O Brasil possui uma das maiores malhas aéreas do mundo, com mais de 2 mil aeroportos espalhados pelo território nacional. Esses aeroportos são responsáveis por movimentar cerca de 200 milhões de passageiros e 1,5 milhão de toneladas de cargas por ano, além de gerar emprego, renda e desenvolvimento para as regiões onde estão localizados.
No entanto, muitos desses aeroportos enfrentam problemas de infraestrutura, gestão e financiamento, que comprometem a qualidade dos serviços prestados aos usuários e a competitividade do setor aéreo brasileiro. Para superar esses desafios e modernizar os aeroportos, o governo federal vem realizando desde 2011 um programa de concessão de aeroportos à iniciativa privada, que já transferiu 49 aeroportos para empresas nacionais e estrangeiras até 2022.
Mas o que é a concessão e privatização de aeroportos? Como funciona a Concessão? Quais são os benefícios para o país? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre esse tema tão importante para o transporte aéreo no Brasil.
A concessão de aeroportos é um contrato administrativo pelo qual o poder público (União, estados ou municípios) transfere à iniciativa privada (pessoas jurídicas ou consórcios) o direito de explorar os serviços e as instalações de um determinado aeroporto por um prazo definido, mediante o pagamento de uma contrapartida financeira.
A concessão não implica na transferência da propriedade do aeroporto, que continua sendo do poder público. O concessionário assume apenas a responsabilidade pela operação, manutenção, ampliação e melhorias do aeroporto, seguindo as normas e os padrões estabelecidos pelo poder concedente e pelos órgãos reguladores.
A concessão de aeroportos é uma modalidade de parceria público-privada (PPP), que visa atrair investimentos privados para setores estratégicos da infraestrutura nacional. A PPP é regulada pela Lei nº 11.079/2004 e pela Lei nº 8.987/1995, que dispõem sobre as normas gerais para licitação e contratação das PPPs.
A privatização é um processo pelo qual o poder público (União, estados ou municípios) vende definitivamente à iniciativa privada (pessoas jurídicas ou consórcios) a propriedade e o controle acionário de uma empresa pública ou de uma sociedade de economia mista.
A privatização implica na transferência da propriedade e da gestão da empresa pública para o setor privado, que passa a ter autonomia para definir as políticas e as estratégias da empresa, sem interferência do poder público. O setor privado também assume os riscos e os benefícios da atividade econômica da empresa.
A privatização é regulada pela Lei nº 9.491/1997, que dispõe sobre o Programa Nacional de Desestatização (PND), criado para promover a reestruturação econômica do Estado brasileiro.
A principal diferença entre concessão e privatização é que na concessão ocorre uma transferência temporária de um direito de exploração, enquanto na privatização ocorre uma venda definitiva de uma propriedade. Para que essa diferença fique mais clara, pense nos seguintes exemplos:
No caso dos aeroportos brasileiros, o processo em curso é de concessão e não de privatização. Isso significa que o poder público transfere à iniciativa privada o direito de explorar os serviços e as instalações dos aeroportos por um prazo definido (geralmente 30 anos), mediante o pagamento de uma outorga (valor pelo direito de exploração).
O concessionário assume a gestão do aeroporto e deve realizar investimentos para ampliar, modernizar e melhorar as instalações do terminal. O concessionário também deve atender aos padrões internacionais de qualidade e eficiência nos serviços prestados aos passageiros e às companhias aéreas.
O poder público continua sendo o proprietário dos aeroportos concedidos e fiscaliza o cumprimento das cláusulas contratuais pelo concessionário. Ao final do prazo da concessão, o concessionário devolve o aeroporto ao poder público nas condições previstas no contrato.
A concessão de aeroportos segue um processo que envolve as seguintes etapas:
A concessão de aeroportos traz uma série de benefícios para o país, tais como:
A concessão de aeroportos também apresenta alguns desafios para o poder público, para os concessionários e para os usuários, tais como:
A concessão de aeroportos é uma estratégia do governo federal para melhorar a infraestrutura aeroportuária brasileira, por meio da parceria com a iniciativa privada. Essa estratégia traz benefícios para o país, como o aumento dos investimentos, a melhoria da qualidade dos serviços, a redução dos custos operacionais, a geração de emprego e renda e a arrecadação de recursos para o poder público. No entanto, também envolve desafios, como o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, a regulação e fiscalização dos serviços e a participação e controle social.
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